O comércio intra-regional de produtos agrícolas é um dos mais importantes motores da economia e da segurança alimentar e nutricional na África Ocidental. É marcado por fluxos diversificados, na sua maioria não registados, de géneros alimentícios ricos em nutrientes ao longo de grandes distâncias na região. O quarto evento paralelo da participação da CEDEAO no SARA 2025 centrou-se nos resultados de um estudo recentemente realizado pelo Clube do Sahel e da África Ocidental em colaboração com a AOCTAH, com o apoio financeiro da GIZ através do projeto EAT.

Apresentado pelo Clube do Sahel, em colaboração com o GIZ e com painelistas dos sectores privado e público, o estudo mostra que o valor real do comércio intra-regional de produtos agrícolas se aproxima dos 10 mil milhões de dólares americanos por ano, seis vezes mais do que os números oficiais e muito acima de toda a ajuda alimentar e agrícola destinada a África, e equivalente às importações de arroz, trigo e óleo de palma do resto do mundo. Pode ser considerada a força motriz da segurança alimentar regional. O relatório salienta igualmente que a região obtém internamente mais de dois terços dos seus abastecimentos alimentares, cobrindo 25% das necessidades calóricas da região. O mercado alimentar regional quadruplicará entre 2010 e 2030, atingindo 480 mil milhões de dólares. Precisamos, portanto, de regionalizar a agenda da soberania alimentar através do comércio intra-regional de produtos agrícolas e investir em melhores dados para melhores políticas.

Estas reacções serviram de base para os debates entre os membros do painel e os participantes. Estes questionaram os numerosos desafios ligados à integração dos mercados e dos produtos agrícolas, nomeadamente os problemas de transformação, de transporte, de congestionamento rodoviário, de livre circulação das mercadorias, de dificuldade de acesso ao financiamento, de dificuldade de acesso aos mercados, etc. Para impulsionar o comércio intra-regional de produtos agrícolas na África Ocidental e no Sahel, todos os participantes recomendaram a aplicação efectiva da legislação existente. Os Estados são, por conseguinte, convidados a fazer respeitar os compromissos que subscreveram livremente.