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Segurança alimentar

Segurança alimentar e nutricional: ação urgente para salvar mais de 50 milhões de vidas

Nos últimos anos, a situação alimentar e nutricional na África Ocidental tornou-se cada vez mais grave, com mais de 52 milhões de pessoas vulneráveis a necessitarem de assistência alimentar durante a presente época de escassez, ou seja, de junho a agosto de 2024.

Esta situação é inerente aos efeitos combinados de uma série de fatores, incluindo as mudanças climáticas e as crescentes ameaças securitárias, que agravam ainda mais a vulnerabilidade e a pobreza das populações. Estas crises estão intimamente ligadas e exigem uma abordagem holística e integrada para serem ultrapassadas com êxito. Esta problemática realça a necessidade urgente de trabalhar em sinergia com todos os parceiros e partes interessadas para melhorar a eficácia da execução dos nossos projetos e programas.

Perante este desafio, e em resposta aos apelos da reunião da RPCA de abril de 2024, ação urgente para salvar mais de 50 milhões de vidas, a Comissão da CEDEAO pretende mobilizar, como um gesto de solidariedade regional, parte do stock regional de segurança alimentar para apoiar os seis (06) países mais afetados por dificuldades alimentares durante o período de escassez, nomeadamente o Burkina Faso, o Gana, o Mali, o Níger, a Nigéria e a Serra Leoa. A CEDEAO apela igualmente aos parceiros da comunidade humanitária e aos parceiros técnicos e financeiros para que atuem como terceiro pagador, a fim de mobilizar stocks adicionais da Reserva Regional de Segurança Alimentar, que está atualmente a ser reconstituída pelos países que beneficiaram de intervenções em anos anteriores, e os stocks em curso de aquisição e distribuição.

Muito em breve, a CEDEAO reunirá também os mecanismos de resposta às crises alimentares e nutricionais dos Estados-Membros, nomeadamente a Comunidade humanitária (UNS, PFT, ONG), o CILSS e a UEMOA a fim de fazer um balanço pormenorizado da programação e da execução dos planos de resposta nacionais, identificar lacunas e encontrar respostas adequadas à extrema gravidade da situação.

Além disso, o processo atual de elaboração da agenda pós-Malabo permitirá igualmente à região aproveitar a oportunidade oferecida pela revisão das políticas agrícolas (ECOWAP e PAU) para pôr em prática as medidas e os instrumentos adequados para uma prevenção mais eficaz das crises alimentares e nutricionais recorrentes.